Encontrei este Contrato de Orientação na internet, achei muito interessante e resolvi postá-lo.
Introdução
A orientação de um aluno por um professor é um trabalho de parceria onde (nos melhores casos) os dois podem lucrar. O lucro do aluno é claramente de adquirir novo conhecimento ou de por na prática um conhecimento que até agora era só teórico. Mas um bom trabalho pode também trazer lucros para o orientador. Por exemplo, este pode, também, querer ver aplicar na prática alguma coisa que ele só conhecia de maneira teórica; no caso da pesquisa, o projeto do aluno pode constituir uma parte de um projeto de pesquisa maior.
Para que essa colaboração seja proveitosa, é importante que cada parte tenha uma boa compreensão do que a outra parte quer tirar da colaboração e o que ela pode trazer nela. O orientador tem em geral uma boa compreensão de o que aluno quer tirar e normalmente grandes expectativas sobre o que este pode trazer. O aluno, do outro lado, tem geralmente uma boa compreensão do o que o orientador pode trazer, mas parece ter uma compreensão mais limitada do que este espera. As vezes, o aluno parece até supor que o orientador está simplesmente fazendo seu trabalho e não poderia realmente estar querendo muito mais, além disso.
Um projeto terá muito mais chances de ser um sucesso se se estabelecer uma relação de confiança entre as duas partes. E para que isso aconteça, precisa que haja compreensão mútua. Para tentar facilitar a comunicação entre as duas partes, resolvi listar aqui alguns fatos de interesse comuns e estabelecer um quadro formal de colaboração. O objetivo a longo prazo é de estabelecer um contrato de orientação onde os deveres e direitos de cada parte seriam explicitamente listados.
O que cada um espera
Orientador e aluno têm que se ajudar para que os dois possam receber um retorno satisfatório do trabalho. Um primeiro retorno satisfatório para o aluno é em geral ser aprovado (que o projeto seja de uma disciplina, ou um projeto final de curso: graduação, especialização ou mestrado). Deveria também ser de adquirir maior experiência e conhecimento no assunto abordado. Um retorno satisfatório para o professor deveria ser de ver o aluno progredir no conhecimento do assunto. Nos melhores casos, pode ser também de ganhar algum novo conhecimento (os alunos tendem a subestimar esta motivação, mas lembrem sempre que o professor não sabe tudo e em geral gosta muito de descobrir assuntos novos).
Deveres mútuos
O que o professor deve trazer na colaboração:
• Competência e conhecimento geral no assunto tratado de maneira a:
o Avaliar de ante mão a possibilidade de chegar a um trabalho de qualidade satisfatória tomando em conta as capacidades conhecidas do aluno ou as capacidades esperadas de um aluno médio.
o Orientar o aluno, indicando para ele o caminho inicial.
o Guiar o aluno durante o projeto.
o Avaliar objetivamente a qualidade do trabalho e avisar o aluno no momento que ele chegar a um resultado satisfatório.
• Competência para ajudar e guiar o aluno na redação do relatório de trabalho e na apresentação dos resultados. Esta parte deveria ser considerada integrante do trabalho e não pode ser deixada à única responsabilidade do aluno.
• Em casos extremos, defender um trabalho que julgou adequado contra ataques indevidos às quais o aluno não consegue responder (por exemplo ataques de uma banca examinadora). Nota: Mas faz parte da formação do aluno aprender a defender suas idéias. A dificuldade para o orientador é de saber quando não intervir.
• Dedicação razoável à orientação. A dedicação razoável depende muito do tipo de trabalho e do aluno, mas poderíamos estabelecer ela em torno de uma disponibilidade média de uma hora por semana para encontrar e discutir com o aluno. No final do projeto, esta dedicação deve geralmente ser aumentada para ler e corrigir o relatório final.
• Respeito do ritmo de trabalho do aluno. Um projeto deveria ser um trabalho de auto-aprendizagem do aluno. Neste sentido ele deveria ter a possibilidade de definir seu próprio ritmo de trabalho e não ser obrigado a se encaixar dentro de um quadro rígido. Porém, essa liberdade deve ter dois limites: (1) Ela não deve impedir a realização do trabalho nos prazos definidos (ritmo de trabalho lento demais) e (2) ela deve respeitar o ritmo de trabalho do próprio orientador.
• É importante cultivar a curiosidade do aluno, e ao mesmo tempo não deixar ele completamente a só. Seguindo o príncipio do que a gente aprende errando, é bom deixar o aluno fazer seus próprios erros as vezes para ele se convencer melhor da realidade de um conceito. A dificuldade é de não deixar esses "erros voluntários" comprometer o sucesso do projeto.
O que o aluno deve trazer na colaboração:
• Iniciativa na busca de conhecimento novo. Um projeto se entende normalmente como um exercício de auto-aprofundamento do conhecimento em um assunto específico. Ao contrário das aulas onde o professor traz a maior parte do conhecimento pré-masticado, num projeto, o aluno deve buscar ativamente o conhecimento novo, o orientador agindo apenas como um guia para evitar que o aluno se perda em caminhos que ele sabe serem improdutivos.
• Dedicação ao trabalho. Todo aprendizagem exige esforço, mas por ser uma auto-aprendizagem, um projeto requer ainda mais trabalho e perseverança. Uma das dificuldades é fazer um trabalho em grande parte "livre" no sentido que o aluno pode se dedicar a este nos momentos que ele julga oportuno (sem horário definido) e com pouco enquadramento exterior (não tem aula).
• Conhecimento básico no assunto tratado. Como definido acima, o projeto deve ser um exercício de aprofundamento do conhecimento e não de aprendizagem básico. É aceitável o aluno ter algumas lacunas, mas o projeto não pode se tornar em aulas particulares sobre conhecimentos básicos.
• Confiança no julgamento do orientador. O aluno pode querer de vez em quando averiguar por ele mesmo alguma coisa que o orientador afirmou sem dar uma justificação satisfatória, mas ele não pode fazer isso sempre o que comprometeria o resultado do projeto. O aluno deve também ter confiança na avaliação da qualidade do trabalho que o orientador faz. No momento que ele perde esta confiança, o aluno deveria procurar um outro orientador.
Exemplos de situações que não deveriam se produzir:
• Aluno ou orientador que cobra da outra parte uma dedicação que ele próprio não mostra. Por exemplo, o aluno não pode sumir durante meses para depois "assediar" o orientador no aperto do prazo final. Ou seja, um aluno que não mostrou dedicação durante o projeto não pode exigir dedicação do orientador no momento que ele se encontra desesperado. Do mesmo jeito, o professor não pode culpar o aluno de não trabalhar se ele próprio "fura" reuniões, não lê o que o aluno traz, etc.
• Aluno esperando tudo do professor como se fosse uma disciplina "normal" (aluno executante). O aluno tem que mostrar um pouco de independência o projeto deveria ser um assunto de interesse dele e em consequência ele deveria tomar as iniciativas (porém sobre a vigilância do orientador).
• Professor deixando o aluno "se virar só". O orientador não pode esperar que o aluno aprenda de maneira totalmente independente. Ele deve ajudar, indicando os caminhos mais interessantes, as fontes de informação relevantes, etc
Fonte:http://www.ucb.br
Para que essa colaboração seja proveitosa, é importante que cada parte tenha uma boa compreensão do que a outra parte quer tirar da colaboração e o que ela pode trazer nela. O orientador tem em geral uma boa compreensão de o que aluno quer tirar e normalmente grandes expectativas sobre o que este pode trazer. O aluno, do outro lado, tem geralmente uma boa compreensão do o que o orientador pode trazer, mas parece ter uma compreensão mais limitada do que este espera. As vezes, o aluno parece até supor que o orientador está simplesmente fazendo seu trabalho e não poderia realmente estar querendo muito mais, além disso.
Um projeto terá muito mais chances de ser um sucesso se se estabelecer uma relação de confiança entre as duas partes. E para que isso aconteça, precisa que haja compreensão mútua. Para tentar facilitar a comunicação entre as duas partes, resolvi listar aqui alguns fatos de interesse comuns e estabelecer um quadro formal de colaboração. O objetivo a longo prazo é de estabelecer um contrato de orientação onde os deveres e direitos de cada parte seriam explicitamente listados.
O que cada um espera
Orientador e aluno têm que se ajudar para que os dois possam receber um retorno satisfatório do trabalho. Um primeiro retorno satisfatório para o aluno é em geral ser aprovado (que o projeto seja de uma disciplina, ou um projeto final de curso: graduação, especialização ou mestrado). Deveria também ser de adquirir maior experiência e conhecimento no assunto abordado. Um retorno satisfatório para o professor deveria ser de ver o aluno progredir no conhecimento do assunto. Nos melhores casos, pode ser também de ganhar algum novo conhecimento (os alunos tendem a subestimar esta motivação, mas lembrem sempre que o professor não sabe tudo e em geral gosta muito de descobrir assuntos novos).
Deveres mútuos
O que o professor deve trazer na colaboração:
• Competência e conhecimento geral no assunto tratado de maneira a:
o Avaliar de ante mão a possibilidade de chegar a um trabalho de qualidade satisfatória tomando em conta as capacidades conhecidas do aluno ou as capacidades esperadas de um aluno médio.
o Orientar o aluno, indicando para ele o caminho inicial.
o Guiar o aluno durante o projeto.
o Avaliar objetivamente a qualidade do trabalho e avisar o aluno no momento que ele chegar a um resultado satisfatório.
• Competência para ajudar e guiar o aluno na redação do relatório de trabalho e na apresentação dos resultados. Esta parte deveria ser considerada integrante do trabalho e não pode ser deixada à única responsabilidade do aluno.
• Em casos extremos, defender um trabalho que julgou adequado contra ataques indevidos às quais o aluno não consegue responder (por exemplo ataques de uma banca examinadora). Nota: Mas faz parte da formação do aluno aprender a defender suas idéias. A dificuldade para o orientador é de saber quando não intervir.
• Dedicação razoável à orientação. A dedicação razoável depende muito do tipo de trabalho e do aluno, mas poderíamos estabelecer ela em torno de uma disponibilidade média de uma hora por semana para encontrar e discutir com o aluno. No final do projeto, esta dedicação deve geralmente ser aumentada para ler e corrigir o relatório final.
• Respeito do ritmo de trabalho do aluno. Um projeto deveria ser um trabalho de auto-aprendizagem do aluno. Neste sentido ele deveria ter a possibilidade de definir seu próprio ritmo de trabalho e não ser obrigado a se encaixar dentro de um quadro rígido. Porém, essa liberdade deve ter dois limites: (1) Ela não deve impedir a realização do trabalho nos prazos definidos (ritmo de trabalho lento demais) e (2) ela deve respeitar o ritmo de trabalho do próprio orientador.
• É importante cultivar a curiosidade do aluno, e ao mesmo tempo não deixar ele completamente a só. Seguindo o príncipio do que a gente aprende errando, é bom deixar o aluno fazer seus próprios erros as vezes para ele se convencer melhor da realidade de um conceito. A dificuldade é de não deixar esses "erros voluntários" comprometer o sucesso do projeto.
O que o aluno deve trazer na colaboração:
• Iniciativa na busca de conhecimento novo. Um projeto se entende normalmente como um exercício de auto-aprofundamento do conhecimento em um assunto específico. Ao contrário das aulas onde o professor traz a maior parte do conhecimento pré-masticado, num projeto, o aluno deve buscar ativamente o conhecimento novo, o orientador agindo apenas como um guia para evitar que o aluno se perda em caminhos que ele sabe serem improdutivos.
• Dedicação ao trabalho. Todo aprendizagem exige esforço, mas por ser uma auto-aprendizagem, um projeto requer ainda mais trabalho e perseverança. Uma das dificuldades é fazer um trabalho em grande parte "livre" no sentido que o aluno pode se dedicar a este nos momentos que ele julga oportuno (sem horário definido) e com pouco enquadramento exterior (não tem aula).
• Conhecimento básico no assunto tratado. Como definido acima, o projeto deve ser um exercício de aprofundamento do conhecimento e não de aprendizagem básico. É aceitável o aluno ter algumas lacunas, mas o projeto não pode se tornar em aulas particulares sobre conhecimentos básicos.
• Confiança no julgamento do orientador. O aluno pode querer de vez em quando averiguar por ele mesmo alguma coisa que o orientador afirmou sem dar uma justificação satisfatória, mas ele não pode fazer isso sempre o que comprometeria o resultado do projeto. O aluno deve também ter confiança na avaliação da qualidade do trabalho que o orientador faz. No momento que ele perde esta confiança, o aluno deveria procurar um outro orientador.
Exemplos de situações que não deveriam se produzir:
• Aluno ou orientador que cobra da outra parte uma dedicação que ele próprio não mostra. Por exemplo, o aluno não pode sumir durante meses para depois "assediar" o orientador no aperto do prazo final. Ou seja, um aluno que não mostrou dedicação durante o projeto não pode exigir dedicação do orientador no momento que ele se encontra desesperado. Do mesmo jeito, o professor não pode culpar o aluno de não trabalhar se ele próprio "fura" reuniões, não lê o que o aluno traz, etc.
• Aluno esperando tudo do professor como se fosse uma disciplina "normal" (aluno executante). O aluno tem que mostrar um pouco de independência o projeto deveria ser um assunto de interesse dele e em consequência ele deveria tomar as iniciativas (porém sobre a vigilância do orientador).
• Professor deixando o aluno "se virar só". O orientador não pode esperar que o aluno aprenda de maneira totalmente independente. Ele deve ajudar, indicando os caminhos mais interessantes, as fontes de informação relevantes, etc
Fonte:http://www.ucb.br
2 comentários:
Amei seu blog. Parabéns!
Olá, tem um selinho pra você no meu blog. Beijos...
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